04 novembro 2009

trexo parte I

04 novembro as 21:32

O Fim

Eu me sentia absolutamente péssima de manhã
Eu não tinha dormido bem, meu braço
queimava, e minha cabeça doía. Não ajudou muito ver que o rosto de Edward estava
suave e remoto enquanto ele beijava a minha testa rapidamente e saía pela minha janela.
Eu estava com medo do tempo que fiquei inconsciente, com medo de que ele estivesse
pensando sobre o certo e o errado de novo enquanto me via dormindo. A ansiosidade
pareceu aumentar ainda mais a intensidade da dor na minha cabeça
Edward estava esperando por mim na escola, como sempre, mas ainda havia algo errado
no seu rosto. Ainda havia alguma coisa enterrado nos seus olhos da qual eu não tinha
certeza - e isso me assustava.
Qual era a razão dessa sensação tenaz, instintiva de medo que eu sentia, e que
aparentemente não conseguia esquecer?
Edward permaneceu indiferente.
No fim do dia, o silêncio já estava ficando ridículo. Eu não queria ser a pessoa a quebrálo,
mas aparentemente essa era a minha única escolha se eu queria que ele falasse
comigo de novo.
"Você vai aparecer hoje á noite?" Eu perguntei enquanto ele me acompanhavasilenciosamente-
até a minha caminhonete. Ele sempre aparecia á noite.
Eu esperei que ele fosse rir, ou sorrir, ou reagir de alguma forma ás minhas palavras.
"Tudo bem, então", ele disse indiferente.
Ele beijou minha testa de novo antes de fechar a porta pra mim. Então ele me deu as
costas e foi andando graciosamente até o seu carro.
Eu conseguí sair do estacionamento antes do pânico
realmente bater, mas eu já estava
hiperventilando quando cheguei nos Newton.
Ele só precisava de tempo, eu disse pra mim mesma. Ele ia lidar com isso. Mas talvez
ele estivesse tão triste porque a família dele estava desaparecendo
O trabalho foi uma droga. Eu queria ver Edward de novo, rezando pra que ele tivesse
superado o pior, o que quer que isso fosse, até a hora que eu o encontraase.
Não é nada, eu disse pra mim mesma de novo e de novo. Tudo vai voltar ao normal.
O alivio que eu sentí quando virei na minha rua e ví o carro prateado de Edward
enconstado na frente da minha casa, foi uma coisa dominante, precipitada. E me
encomodou muito que eu tivesse que me sentir dessa forma.
Eu corri pra dentro, gritando antes que estivesse completamente dentro de casa.
Qual é a pior coisa que pode acontecer?. Eu vacilei. Essa era definitivamente a
pergunta errada pra fazer. Eu estava tendo dificuldade pra respirar direito.
Ok eu pensei de novo, Qual é pior coisa que eu posso viver? Eu também não gostei
muito dessa pergunta.
Mas eu pensei nas possibilidades que havia considerado hoje
Eu encostei minha bochecha no meu joelho, olhando para as provas físicas do amor dos
meus pais. Eu sabia que esse caminho que eu escolhí seria difícil. E, afinal, eu estava
pensando na cena do pior que poderia acontecer- a pior coisa que eu poderia viver.


Eu hesitei, e então fui me sentar na frente do sofá de novo. De repente eu estava tão
assustada que minhas mãos estavam tremendo. Eu as pressionei no meu estômago pra
escondê-las, coloquei meu queixo nos joelhos e olhei para a tela de TV na minha frente,
sem ver nada.
Edward até a porta da frente. Ele foi direto pra o carro.
"Você vai ficar?", eu perguntei, sem esperança na voz.
Eu esperei sua resposta, assim não doeu tanto.
"Não essa noite".
Eu não perguntei a razão.
Ele entrou no seu carro e foi embora enquanto eu ficava lá em pé, sem me mexer. Eu
mal reparei que estava chovendo. Eu esperei, sem saber o que estava esperando,
Foi uma longa noite, sem muitas esperanças de descanso.

Aqui seus olhos estavam cautelosos, reservados. Ainda lindo de tirar o fôlego, mas seu
rosto estava mais frio, mais como uma escultura, menos vivo

A última foto era a de Edward e eu estranhamente lado a lado. O rosto de Edward estava
como na última, frio e como o de uma estátua.
Mas essa não era a parte mais perturbadora dessa fotografia
Eu não gostava disso.
Isso é ruim, isso é muito ruim, a voz na minha cabeça repetia de novo e de novo

Ele encarou de volta friamente.
Com uma onde de náusea, eu percebí que não havia compreendido.
"Quando você diz nós-", eu sussurrei.
"Eu estou falando de minha família e de mim mesmo" Cada palavra era seperada e
distinta.
Eu balancei minha cabeça pra frente e pra trás mecanicamente, tentando clareá-la. Ele
esperou sem nenhum sinal de impaciêcia.
Levaram alguns minutos até que eu conseguisse responder.
"Tudo bem", eu disse. "Eu vou com vocês".
"Você não pode, Bella. O lugar pra onde estamos indo... não é o lugar certo pra você".
"Onde você estiver é o lugar certo pra mim".
"Eu não sou bom pra você, Bella".
"Não seja ridículo", eu queria parecer com raiva, mas só pareceu que eu estava
implorando. "Você é a melhor parte da minha vida".
"Meu mundo não é pra você", ele disse severamente.
"O que aconteceu com Jasper - aquilo não foi nada, Edward! Nada!"
"Você está certa", ele concordou. "Foi exatamente como o esperado".
"Você prometeu! Em Phoenix, você prometeu que ia ficar-"
"Enquanto isso fosse o melhor pra você", ele interrompeu pra me corrigir.
"Não! Isso é por causa da minha alma, não é?", eu gritei, furiosa, as palavras explodindo
em mim - de alguma forma, isso pareceu uma súplica. "Carlisle me falou sobre isso, e
eu não ligo, Edward. Eu não ligo! Você pode ficar com minha alma. Eu não quero ela
sem você - ela já é sua!"
Ele respirou fundo e encarou, sem ver nada, o chão por um momento. A boca dele se
contorceu só um pouquinho. Quando ele finalmente olhou pra cima, seus olhos estavam
diferentes, mais duros - como se o ouro líquido tivesse virado sólido.
"Bella, eu não quero que você venha comigo". Ele falou as palavras lentamente e
precisamente, seus olhos frios no meu rosto, observando enquanto eu absorvia o que ele
realmente queria dizer.
Houve uma pausa enquanto eu repetia as palavras na minha cabeça algumas vezes,
analisando elas pra saber seu verdadeiro significado.
"Você... não... me quer?" Eu tentei as palavras, confusa pela forma como elas soavam,
colocadas em ordem.
"Não".
Eu olhei, sem compreender, dentro dos olhos dele. Ele encarou de volta sem se
arrepender.
Seus olhos eram como topázio - duros e claros e muito profundos. Eu sentí como se
pudesse ver por dentro deles por milhas e milhas, e mesmo assim, ainda não conseguia
alcançar o lugar onde encontraria a contradição de suas palavras.
"Bem, as coisas mudam". Eu fiquei surpresa por como a minha voz soava calma e
razoável. Devia ser porque eu estava tão entorpecida.
Eu não conseguia me dar conta do que ele estava me dizendo. Ainda não fazia nenhum
sentido.
Ele olhou para longe para as árvores enquanto falou de novo.
"É claro que eu sempre amarei você... de certa forma. Mas o que aconteceu na noite
passada me fez perceber que estava na hora de uma mudança. Porque eu estou...
cansado de fingir ser uma pessoa que eu não sou, Bella. Eu não sou humano". Ele olhou
de volta, e as formas geladas do seu rosto perfeito eram muito não humanas. "Eu deixei
isso ir longe demais, eu lamento por isso".
"Não lamente", minha voz era só um sussurro agora; a consciencia estava começando a
correr com ácido pelas minhas veias. "Não faça isso".
Ele só olhou pra mim, e pude ver pelos seus olhos que minhas palavras estavam
atrasadas demais. Ele já tinha feito.
"Você não é boa pra mim, Bella", ele contornou sua palavras anteriores, então eu não
tinha como argumentar. Eu sabia muito bem que não era boa pra ele.
Eu abri minha boca pra dizer alguma coisa, e então a fechei de novo.
Ele esperou pacientemente, seu rosto totalmente limpo de emoção. Eu tentei de novo.
"Se... isso é o que você quer".
Ele acenou com a cabeça uma vez.
Meu corpo inteiro ficou entorpecido. Eu não conseguia sentir nada abaixo do pescoço.
"Eu gostaria de te pedir um favor, porém, se não for pedir demais", ele disse.
Eu imagino o que ele viu no meu rosto, porque alguma coisa passou pelo rosto dele em
resposta. Mas antes que eu conseguisse identificar o que era, ele recompôs o rosto na
mesma máscara serena de antes.
"Qualquer coisa", eu prometí, minha voz estava levemente mais forte.
Enquanto eu observava, seus olhos congelados se derreteram.
O dourado ficou líquido de novo, derretido, queimando os meus com uma intensidade
dominante.
"Não faça nada perigoso ou estúpido", ele ordenou, não mais imparcial. "

Um comentário: